São Paulo, 01 de maio de 2011

Querida B.,

Te escrevo já da volta, juntamente com a aceitação, minha única e última opção. Levo a incerteza nos pés, aqueles que tateiam o silêncio. Daqui do turbilhão, vejo ficando pra trás o frio apaixonante, enquanto me aproximo do cinza sem as mãos que dividiam o peso.

Espero que tenha se sentido confortável no seu espaço, enquanto eu evitava a invasão observando da varanda sua estabilidade instável através dos sorrisos confiados à insegurança. Sou interrompida pela constatação da inutilidade de questionar a força das turbinas quando já me encontro inalcançável ao chão. E lembro do quão descabido é simular as diversas hipóteses, quando você é inacessível a todas elas.

De qualquer forma, é sempre bom estar com você, mesmo que cada vez mais distante. Seguimos, confiando apenas na certeza do pouso.

Beijo grande.

21:20

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