Prendo o amor enquanto você escorre por entre os dedos. Costumava ser ao contrário no tempo da imaginação. Porém, voltamos sempre ao mesmo ponto. Onde todos os elogios rasgados a mim não merecem você, e passamos a desconfiar dos elogios. Olho torto cada um proferido, sentindo o peso no ego e nos meus pés que agora já pressupõe a distância. A sua futura distância. E então vemos confrontado num único momento o sorriso e a ausência, denunciando o choro atrasado.
O delay da felicidade que mantém em pé a esperança, e que no fundo boicota a certeza de que você vai, de uma forma ou de outra. As lágrimas então são recepcionadas com o “já sabia” e a gente finge que não queria que tudo fosse ao contrário, do jeito certo. Do jeito que faz bem, que abre o peito, estende as mãos e ganha páginas. Enquanto isso, só ganhamos parágrafos e uma coleção de sujeitos-coringa.
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