universo em (des)encanto



teus plurais já não têm minhas características
me procuro nos teus encantos e me perco
no lodo encantado em que ainda adormeço
na tua janela que ainda finjo que me aqueço
te mantenho acesa e morro de medo
do amor que depende de doses cavalares
de constante anseio
tu é bicho solto em pleno nevoeiro
sou carnaval despretensioso no auge de fevereiro
queria te pedir eterno encanto
mas só me resta purpurina nas pálpebras
pra reluzir enquanto descanso.


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