nunca ouviu-se tanta dor
na boca de piaf
a solidão escancarada
os dentes desde cedo
amarelados, vividos
como se carregasse na boca 
os paralelepípedos de paris
úmidos como um lúgubre
passado, na profundidade de um corpo
abandonado
arranhados nítidos de um socorro
gritado, agarrados à emulsão
de uma única saída:
uma voz petrificante,

ninguém a diz quando parar.